domingo, 18 de dezembro de 2016

Ocupações da Izidora indo para Ato Fora Lacerda e Fica Izidora, em Belo ...

Dona Maria e dom Joaquim Mol em celebração do Natal de 2011 na Dandara

Dona Maria da Penha Lemos, a “dona Maria da Dandara”, presente em nós na luta, sempre!


Faleceu e ressuscitou, ontem, dia 17/12/2016, a dona Maria da Penha Lemos, 71 anos, a “dona Maria da Dandara”. O corpo está sendo velado no Centro Comunitario da Dandara, Centro Comunitário Prof. Fábio Alves. Agora às 09:30h, daqui ha pouco, dia 18/12/2016, o corpo da dona Maria será levado para sepultamento em Goiabal, no interior de MG. Dona Maria construiu a 1a casa da Dandara, uma grande lutadora. Ela ajudou a enfrentar os policiais que impediam a entrada de material de construção no início da Dandara. Dona Maria, sempre acolhedora, construiu sua casa na Dandara, com horta e jardim no quintal. Dona Maria foi umas das que recebeu o Plínio de Arruda Sampaio, ao visitar a Dandara. Dona Maria estava ao lado do bispo Dom Joaquim Mol na celebração de Natal de 2011, conforme mostra o vídeo, abaixo. Perdemos uma grande lutadora: dona Maria da Dandara. Dona Maria da Dandara, presente em nós na luta sempre. Obrigado, dona Maria, pelo legado de luta que você nos deixou. Dona Maria da Dandara sempre nos animará na luta pelo bem comum e por Direitos Sociais. Abs. frei Gilvander Moreira. 



sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Minha Casa Minha Vida: limites e contradições. casas ou apartamentos? C...

Mona, do MLB, repressão da PM às Ocupações é agressão aos sonhos das cri...

Beatriz Cerqueira (CUT/MG/SINDUTE) apoiando a luta das Ocupações Urbanas...

Tales Viotti aponta crimes da PM de MG no despejo da Ocupação Temer Jama...

Povo denuncia na ALMG a truculência da PM de MG no despejo da Ocupação T...

William Santos/OAB/MG/Direitos Humanos: crueldade da PM de MG em despejo...

Rogério Correia apóia luta das Ocupações Urbanas em Belo Horizonte e den...

domingo, 11 de setembro de 2016

Ocupação Esperança, em BH, além de casa, trouxe saúde para os idosos e p...

TRABALHADORA QUE CUIDOU
DA LIMPEZA DO TJMG DURANTE 16 ANOS SÓ CONQUISTOU MORADIA PARA SUA FAMÍLIA E
PARA SEUS FILHOS NAS OCUPAÇÕES DA IZIDORA.
Dona Ivani trabalhou 16
anos como ajudante de limpeza no TJMG e só conseguiu libertação da cruz do
aluguel para sua família e para quatro filhos com suas famílias, na ocupação
Esperança, uma das três Ocupações-comunidades da Izidora, em Belo Horizonte e
Santa Luzia, MG.
Dona Ivani Fernandes dos
Santos, 60 anos, mãe de 8 filhos, com 22 netos e 2 bisnetos, trabalhou como
ajudante de limpeza na sede do TJMG, à rua Goiás, em Belo Horizonte, MG,
durante 16 anos. Diz ela: “Durante 16 anos, eu chegava de madrugada e
trabalhava o dia inteiro limpando os corredores, os gabinetes e os banheiros de
vários desembargadores da sede do TJMG lá na rua Goiás no centro de BH. Adoeci
e passei a tomar 20 comprimidos por dia. Só adquiri saúde na Ocupação Esperança
após me libertar da cruz do aluguel e ver quatro filhos meus com suas famílias
também livres da cruz do aluguel. Hoje tenho saúde, vivo feliz e em paz, porque
meus filhos estão conquistando moradia aqui na Ocupação Esperança. Espero que
os desembargadores não autorizem nosso despejo. Será a morte de muita gente.”
Isso, dona Ivani me falou ontem, dia 10/09/2016, à noite em uma festinha de
aniversário de um neto lá na Ocupação-comunidade Esperança, hoje com 1.500
famílias (mais de 1.400 casas de alvenaria). Assista ao que eu, frei Gilvander,
gravei com dona Ivani dia 25/08/2014, há 2 anos atrás, no link, abaixo.





quarta-feira, 17 de agosto de 2016

CEBs e CPT contra mineração no Norte de MG. Alvimar da CPT: "Não querem...

CEBs e CPT contra mineração no Norte de MG. Alvimar da CPT: "Não querem...

Filme “Na missão, com Kadu”: do Palácio das Artes, em Belo Horizonte, a luta do povo das Ocupações da Izidora torna-se mais viva na memória da vida de Kadu.

Filme “Na missão, com Kadu”: do Palácio das Artes, em Belo Horizonte, a luta do povo das Ocupações da Izidora torna-se mais viva na memória da vida de Kadu.


Um clamor ensurdecedor por moradia, por direitos sociais, por respeito dignidade humana e contra a repressão policial e contra o conluio dos governos com o capital.

Dia 12 de agosto de 2016, à noite, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, MG, na sala Humberto Mauro, superlotada, aconteceu a exibição do Filme-documentário “Na missão, com Kadu”, dos cineastas Aiano Mineiro e Pedro Maia de Brito.  Muita gente chorou durante a exibição. Ao final, houve uma roda de conversa sobre o Filme “Na missão, com Kadu” e os outros três curtas apresentados. “Na missão, com Kadu” foi gravado com o próprio Kadu (Ricardo Freitas) quatro meses antes de ele ser assassinado dia 22/11/2015 em uma emboscada na entrada da Ocupação-comunidade Vitória, uma das três ocupações da Izidora, em Belo Horizonte e Santa Luzia, MG.
O filme foi construído a partir das gravações que Kadu fez durante repressão da polícia Militar do estado de Minas Gerais[1] a uma manifestação com mais de 2 mil pessoas que pacificamente marchavam na Linha Verde (MG-010) rumo à Cidade Administrativa, sede do Governo de Minas, em Belo Horizonte, MG, na manhã do dia 19 de junho de 2016.
O filme mostra, sem ficção, realidade nua e crua da repressão perpetrada:  durante mais de 30 minutos, a tropa de choque e helicóptero da PM/MG jogaram bombas de gás lacrimogêneo no povo e atiraram sem piedade. Mais de 90 pessoas foram feridas por tiros de balas de borracha e mais de 40 foram presos, após serem feridos covardemente. Várias pessoas idosas e crianças quase morreram sufocadas por gás lacrimogêneo no pânico disseminado pela repressão policial. Uma das muitas bombas jogadas do helicóptero da PM/MG caiu no colo de Alice, uma criança de 8 meses, que estava no carrinho de bebê. Sua mãe puxou a criança do carrinho e a bomba estourou no chão ao cair do colo de Alice. A frauda da criança ficou queimada pela bomba. A mãe saiu desesperada com a criança sufocada pelo gás. Por um trisco a PM de MG não assassinou ali na hora Alice, uma criança de 8 meses, filha de Gleiciane, da Ocupação Esperança.[2]
No teatro superlotado todos foram unânimes ao dizer que os 25 desembargadores do TJMG, da Corte Superior, devem assistir ao filme “Na missão, com Kadu”, antes de julgarem o Mandado de Segurança. Todas as autoridades e toda a sociedade também devem assistir ao filme. Infelizmente, a PM de MG continua truculenta inclusive diante das legítimas reivindicações por direitos sociais como o direito a moradia digna e adequada.
O filme questiona com veemência a postura cruel da PM de MG e o governador Fernando Pimentel, do PT, que autorizou ou deixou uma repressão absurda ocorrer. Recordamos que as Ocupações da Izidora – Rosa Leão, Esperança e Vitória – com cerca de 8 mil famílias já construíram em 3,3 anos de luta cerca de 5 mil casas de alvenaria. Sobre os documentos da Granja Werneck pairam sérios indícios de grilagem de terra, cadeia dominial falsa e escrituras falsas. Além de uma decisão do STJ que proíbe o Estado de Minas fazer a reintegração de posse, há uma Ação Civil Pública absurdamente não julgada há mais de 3 anos.
 Enfim, o filme “Na missão, com Kadu” decreta mais uma vez que tentativa de despejos nas Ocupações da Izidora podem causar um massacre de proporções inimagináveis. O filme é um apelo muito forte para que o TJMG, a prefeitura de Belo Horizonte, Governo de Minas, Granja Werneck S.A e Construtora Direcional de fato aceite um processo de negociação justa, idônea se superar de forma justa e pacífica esse que é um dos maiores conflitos fundiários e sociais do Brasil.
O filme “Na missão, com Kadu” recebeu o prêmio do júri de Melhor Filme da Competitiva Nacional e também o prêmio do público como o Melhor Filme pelo Júri Popular.
Assinam essa Nota Pública,
Comissão Pastoral da Terra (CPT),
Brigadas Populares
Movimento de luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB)
Coletivo Margarida Alves de Assessoria Popular
Coordenações das Ocupações-comunidades Vitória, Esperança e Rosa Leão.
Belo Horizonte, MG, Brasil, 17 de agosto de 2016





[2] Cf. no link, a seguir, relato da mãe de Alice e da irmãzinha dela: PM joga bomba em crianças e quase mata uma criança: https://www.youtube.com/watch?v=VYUPMom2c1U

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Dom Aloísio Vitral/19a Romaria das águas e da terra/MG: "Somos terra, so...

CPT acolhe todos: 19a Romaria das águas e da terra de MG em Ladainha, Di...

Na 19a Romaria das águas e da terra de MG, em Ladainha, Vale do Mucuri, ...

Questão habitacional em Belo Horizonte, injustiça urbana crescente. E luta crescente também. (Debate na TV Assembleia, em 22/07/2016).

Questão habitacional em Belo Horizonte, injustiça urbana crescente. E luta crescente também. (Debate na TV Assembleia, em 22/07/2016).

A luta de mais de 25.000 famílias das ocupações de Belo Horizonte, MG, construiu 5 vezes mais moradias do que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). A PBH mais destrói moradias do que constrói. Essa luta é legítima e constitucional, é por dignidade e liberdade. Segundo o IPEA, de 2007 a 2012, o déficit habitacional em Belo Horizonte cresceu em 123.000 moradias.
Confira no link, abaixo, o 1º bloco do debate sobre a reforma urbana na TV Assembleia, dia 22/07/2016, por frei Gilvander Luís Moreira (CPT), Luiz Fernando Vasconcelos (das Brigadas Populares e Coletivo Margarida Alves), Silke Kapp (profa. Dra. da UFMG) e Alessandro (presidente da COHAB do Governo de MG. Se gostar, compartilhe e divulgue para reforçar a luta por moradia própria, digna e adequada, caminho necessário para Reforma Urbana.
(Primeiro bloco do debate)

(Segundo bloco do debate)

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Defensoria/Aylton denuncia Prefeitura Belo Horizonte: tropa de choque/de...

JULIANO/OCUPAÇÃO MARIA VITÓRIA denuncia na ALMG despejo de 160 famílias ...

OCUPAÇÃO JARDIM FILADELFIA, em BH, Juliano denuncia na ALMG despejo ileg...

Frei Gilvander/CPT denuncia o déficit habitacional em Belo Horizonte, es...

Na ALMG, Coletivo Margarida Alves/Thaís denuncia "33" ilegalidades nos d...

Frei Gilvander denuncia na ALMG despejos, especulação imobiliária e falt...

Na ALMG, despejo da Ocupação Jardim Filadélfia é denunciado: violência. ...

terça-feira, 14 de junho de 2016

Dep. Padre João apóia a Ocupação Primeiro de Maio, de Betim, MG. "Não po...

Povo da Ocupação Primeiro de Maio, de Betim/MG, não aceita despejo e cla...

Ocupação Wiliam Rosa, Contagem/MG: 400 famílias, 3 anos lutando por mora...

Dep. Padre João c/ as Ocupações Maria Vitória e Maria Guerreira/BH: novo...

Clamores que comovem: ocupações Maria Vitória e Maria Guerreira, em BH, ...

Povo das ocupações Maria Vitória e Maria Guerreira, Belo Horizonte, clam...

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Aviso prévio para o Programa Minha Casa Minha Vida: aumento de 237,5% significa R$380.000.000,00 para o caixa da União à custa da retirada do pão e do leite das crianças.

Aviso prévio para o Programa Minha Casa Minha Vida: aumento de 237,5% significa R$380.000.000,00 para o caixa da União à custa da retirada do pão e do leite das crianças.
Por frei Gilvander Moreira[1]

Notícia grave do dia 13/05/2016 do vice-presidente Temer no exercício interino da Presidência: “Prestações do ‘Minha casa, Minha vida’ subirão até 237% em julho”, no link, abaixo:

Diz a notícia, que é parcial – temos que ler nas entrelinhas -, pois é do oligopólio midiático da gLobo: “As prestações das moradias financiadas pelo “Minha casa, minha vida” ficarão até 237,5% mais caras, em julho, para os beneficiários da faixa 1, a mais baixa do programa, para famílias com renda bruta (renda familiar) de até R$ 1.800 por mês. O percentual refere-se ao valor máximo, que passará de R$ 80 para R$ 270 por mês, válidos para quem tem rendimento de R$ 1.200,01 a R$ 1.800. Já o valor mínimo, para famílias com renda até R$ 800, subirá 220%: de R$ 25 para R$ 80.”
Alegou o ilegítimo (des)governo Temer – porque Dilma não cometeu crime de responsabilidade, logo o afastamento dela é golpe - que o reajuste se deve à “atualização dos custos da construção” e que a taxa de inadimplência está em 23%. E prometeu construir 2 milhões de moradias até 2018. Isso é o dito, mas o real é que retirarão todo e qualquer subsídio do Estado para moradia popular. Ou seja, os valores a serem pagos pelas famílias pobres serão os valores de mercado. Na prática, transforma quem eventualmente for contemplado em futuras moradias do MCMV em inquilino que deve pagar o valor de um aluguel: R$270,00 + 130,00 de condomínio = R$400,00. Isso para uma família que tem renda familiar de até R$1.800,00 é impagável. Para pagar terá que retirar o pão e o leite da boca das crianças. Nas cidades do interior, a regra é as domésticas e juventude trabalharem por 200,00 ou 300,00 por mês. Logo, a mensalidade de 270,00 será impagável. E, milhões de famílias da Faixa 1 sobrevivem com bolsa família e cestas básicas doadas pelos vicentinos ou por pessoas solidárias.
Prometem construir 2 milhões de moradia. Se fosse manter o valor de R$80,00 (valor no Governo Dilma), sobre 2 milhões de moradias, o governo receberia R$160.000.000,00. Mas com prestações em valor de aluguel, sobre 2 milhões de moradias, o governo receberá R$540.000.000,00. Portanto, o (des)governo Temer receberá nos cofres da União R$380.000.000 líquidos, a diferença a mais que receberá. Isso é o sistema do capital. É política econômica que crucifica milhões de famílias empobrecidas retirando o pão e o leite da boca das crianças empobrecidas e logicamente jogando-as na marginalização para serem assassinadas ainda enquanto crianças ou adolescentes. E pior, se não forem barrados, arrumarão um jeito de aumentar em 237% os valores das 3,6 milhões de moradias do MCMV já entregues desde 2009.
Se fosse 2 milhões de moradias, com mensalidade de R$25,00, valor para famílias com renda familiar de até R$800,00, o governo receberia R$50.000.000,00. Mas aumentando em 220%, com mensalidade de R$80,00, sobre 2 milhões de moradias, o governo receberá R$160.000.000,00. Ou seja, R$110.000.000,00 no caixa da União. Isso é opção pelo mercado, pelo capital. Opção pelos ricos. É crucificar e assassinar a conta gota diretamente 2 milhões de famílias e, pior, sepultar a esperança de milhões de famílias que sabem que sem apoio do Estado não consegue jamais comprar moradia e se libertar da cruz do aluguel ou da humilhação que é sobreviver de favor ou nas ruas.
Enfim, com as características, acima, o Programa MCMV 3, se for implementado, será um programa de financiamento e não de subsídio. Estão cortando todos os subsídios e tratando a moradia como mercadoria e não como direito, o que significará a exclusão de milhares de famílias. Se antes excluía as famílias sem renda, com Temer excluirá as famílias de baixa renda. O Programa MCMV, com os aumentos acima, engordará os bolsos de empresários, pois está organizado segundo lógica da moradia como mercadoria. Controlar a especulação imobiliária e fazer reformas urbana e agrária continua sendo um desafio necessário a ser enfrentado pelo povo organizado.
Com a falta de reforma urbana e reforma agrária, a partir dos sem-terra e sem-teto, o povo não terá outra opção a não ser ocupar, resistir, produzir e construir.
Belo Horizonte, MG, 16/05/2016.








[1] Assessor da Comissão Pastoral da Terra (CPT); www.freigilvander.blogspot.com.brwww.gilvander.org.br , email: gilvanderufmg@gmail.com , face: Gilvander Moreira.

Ocupação Rosa Leão, em Belo Horizonte, MG: bairro consolidado com 1.500 famílias em casas de alvenaria. Despejo nem pensar! BH, 15/05/2016.

Ocupação Rosa Leão, em Belo Horizonte,  MG: bairro consolidado com 1.500 famílias em casas de alvenaria. Despejo nem pensar! BH, 15/05/2016.


quinta-feira, 28 de abril de 2016

Marcha das Ocupações da Izidora: contra golpes e despejo, por negociação...

Mais de 30 vias bloqueadas em todo o país contra o golpe de Estado! O povo está em marcha por uma solução para a crise que efetive direitos, pela soberania brasileira e por democracia radical!

Mais de 30 vias bloqueadas em todo o país contra o golpe de Estado! O povo está em marcha por uma solução para a crise que efetive direitos, pela soberania brasileira e por democracia radical!
Nota Pública, BH, 28/04/2016.

     Hoje, quinta-feira (28/04/2016), é dia de DEFENDER O BRASIL! As Brigadas Populares, o Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas (MLB), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a Intersindical - Central da Classe Trabalhadora -, o Coletivo Roza Zumbi, dentre outros movimentos congregados na Frente Povo Sem Medo, estão bloqueando mais de 30 rodovias em todo o país.
     Em Minas Gerais, acontecem bloqueios em Belo Horizonte, no Vale do Aço e no Vale do Jequitinhonha. Na capital, as ocupações urbanas Dandara, Maria Guerreira, Maria Vitória, Guarani Kaiowá, Novo Horizonte e os estudantes da UFMG realizam o trancamento da Avenida Antônio Carlos. Nesse Ato participa também a União da Juventude Rebelião (UJR).
     Acontece, também, mais uma Marcha das Ocupações da Izidora até a Cidade Administrativa, sede do Governo de Minas Gerais, ao lado da Linha Verde (MG-010). Representação das Ocupações Eliana Silva, Camilo Torres e Paulo Freire, do Barreiro, e Ocupação Tina Martins também participam da Marcha rumo à Cidade Administrativa. Em sintonia com a Marcha do MST e da Frente Brasil Popular – 2.500 marchantes de Ouro Preto a Belo Horizonte, MG, durante 6 dias – nós, povo das ocupações, marchamos.
     Os trancamentos e a marcha são contra o GOLPE EM CURSO NO BRASIL. A classe dominante (TV GLOBO, FIESP, PSDB, PMDB, grandes empresários e grandes latifundiários) agride frontalmente o povo brasileiro. O Golpe é contra a democracia, contra os direitos sociais e trabalhistas conquistados na longa história de luta do povo brasileiro. A  abertura do processo de impedimento da Presidenta Dilma não é apenas a remoção de um governo eleito, é o golpe de Estado planejado pelas multinacionais do petróleo e executado por um bando de mafiosos que tomaram conta do Poder Legislativo Nacional, liderados por Eduardo Cunha (PMDB-RJ). 
     É odioso o fato de Eduardo Cunha ainda não ter sido cassado como deputado e ainda não estar nas barras dos tribunais, respondendo pelos vários crimes que cometeu. Os 367 deputados que votaram SIM ao processo de impeachment, usurpadores da soberania popular que elegeu Dilma Rousseff, golpeiam os mais de 54 milhões eleitores que por ela escolheram. É uma ilusão acreditar que um governo, nascido de um golpe, poderá governar o país. Não poderá. A crise apenas se agravará, uma vez que a agenda política dos golpistas é um atraso e não enfrenta os problemas centrais de nossa economia. O risco é de que aumentem os despejos, os cortes nas políticas sociais, a perseguição aos movimentos sociais e o arquivamento das denúncias de corrupção. Esse “engavetamento” das denúncias objetiva defender os interesses dos políticos envolvidos no golpe e citados nas investigações da operação Lava Jato, especialmente os do PMDB de Temer e Cunha e os do PSDB de Serra e Aécio, todos citados na Lava Jato.
     Por isso lutamos! Para impedirmos o Impeachment/golpe de Dilma. Não porque defendemos o PT e a presidenta, mas porque Temer na Presidência e Eduardo Cunha como vice será uma desgraça para a classe trabalhadora, para o povo. Marchamos em sintonia com todas as lutas contra o golpe que estão em curso.
     Registra-se que está em andamento no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) um Mandado de Segurança que busca impedir a realização do despejo das Ocupações da Izidora (Ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória) sem a garantia de direitos básicos dos moradores. Há mais de 3 anos, já com cerca de 5.000 casas de alvenaria construídas, as milhares de famílias da Izidora não aceitam despejo. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que não pode haver despejo sem alternativa digna prévia. Dia 19 de abril de 2016, o desembargador Caetano Levi, do TJMG, intimou o Governo do Estado de Minas Gerais para se manifestar no processo dentro de 10 dias a comprovar que tem condições para realizar o despejo. Em breve, esse processo deverá ser julgado pela Corte Superior do TJMG.
Estamos lutando para pressionar o Governo de MG a reabrir a Mesa de Negociação com as ocupações da Izidora. Dia 24/11/2015, entregamos ao Governo de MG uma Proposta de negociação baseada em Sete Pontos, mas até hoje não obtivemos resposta. Antes, recebemos muitos nãos.
Lutamos também contra o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, que lançou um Projeto de Lei (PL 1829-2016) para ser aprovado na Câmara de Vereadores de BH, que coloca ao poder público a responsabilidade de reprimir imediatamente as novas ocupações urbanas, não precisando nem mesmo de autorização do poder judiciário, o que é um problema grave para o nosso povo. Protestamos também contra o Projeto de Lei que visa acabar com os cobradores nos ônibus, o que gerará 6.000 desempregados.
Lutamos, enfim, exigindo do Estado e dos seus executivos reforma urbana e democracia radical. A esperança e a resistência democrática vencerão o medo. A CASA GRANDE NÃO GOVERNARÁ ESTE PAÍS NOVAMENTE! AGORA É HORA DE BOTAR FOGO EM TODOS OS ENGENHOS. #‎ChegaDeGolpes contra o Povo Brasileiro!
Belo Horizonte, MG, Brasil, 28 de abril de 2016

Assinam essa Nota pública,
Coordenações das Ocupações da Izidora (Rosa Leão, Esperança e Vitória),
Brigadas Populares,
Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB)
Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Contatos para maiores informações:
Isabella, cel.: (31) 99383 2733; Poliana (cel. 31 99523 0701); Charlene, cel.: 31 985344911; Monah cel. 31 99320 4024); Leonardo, cel.: (31) 991330983, Rafael Bittencourt, cel.: 31 988120110 ); Edna, cel.: 31 9946 2317; Elielma, cel.: 31 9343 9696, Eliene, cel. 31 98636 5712; Luiz, cel.: (31) 992271606.



quarta-feira, 16 de março de 2016

Violações de Direitos Humanos em Belo Horizonte e Minas Gerais: uma amostra que comove e deixa indignado quem tem coração e consciência humana.

Violações de Direitos Humanos em Belo Horizonte e Minas Gerais: uma amostra que comove e deixa indignado quem tem coração e consciência humana.
Por frei Gilvander Moreira[1]

No Colóquio Social (Audiência Pública) do Ministério Público de Minas Gerais, do CAO/DH – Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos -, em Belo Horizonte, MG, Brasil, dia 14 de março de 2016, das 13:30h às 20:00h, vimos e ouvimos uma amostra das violações de direitos humanos em Belo Horizonte e em Minas Gerais, violências e injustiças que deixaram as pessoas presentes comovidas e pra lá de indignadas.
A promotora Nívia Mônica, coordenadora do CAO/DH, apresentou uma panorâmica do que o CAO/DH do MP/MG tem conseguido fazer e afirmou: “queremos ouvir os/os militantes dos direitos humanos para agirmos melhor.” Nilmário Miranda, secretário dos direitos humanos de governo de Minas, apresentou o elenco de áreas em que está tentando atuar.
Preocupado em dar visibilidade às denúncias e aos clamores, muitos deles em meio a lágrimas, registrei em vídeo, disponibilizei no youtube, em vários blogs, páginas de facebook e no blog www.freigilvander.blogspot.com.br . Eis, abaixo, uma sinopse dos depoimentos, denúncias, alertas, sugestões, criticas etc.
1 - O prof. Dr. José Luiz Quadros de Magalhães, da UFMG e da PUCMINAS, defendeu que, segundo a Constituição de 1988, promotor não mais a missão de acusar/perseguir, mas tem a missão de defender a dignidade humana. Para isso toda a atuação do Ministério Público deve ser para garantir os direitos humanos. Ministério Público acusador/perseguidor, não; dos Direitos Humanos, sim.

2 - O prof. Dr. Daniel Gaia, da FD/UFMG, defendeu que Direito Urbanístico exige Direitos Humanos transversais em todas as áreas do Ministério Público.

3 – O desembargador Renato Luís Dresch, do TJMG, defendeu que Direitos humanos exige afirmação, definição e efetivação. E que a missão precípua do Ministério Público é fazer ações coletivas na defesa dos direitos humanos fundamentais. Defendeu também a criação de Varas especializadas para julgar todas as especificidades que envolvem as violações de direitos humanos.

4 - Cláudia Spranger, promotora de justiça da área de direitos humanos de Belo Horizonte, reivindicou união de todas as instituições – TJMG, OAB, Defensoria Pública, Ministério Público, Coletivo Margarida Alves - e de todos os Movimentos sociais populares na luta por Direitos Humanos. Revelou também a falta de pessoal com qualificação específica para aprimorar a atuação da promotoria dos direitos humanos: psicólogas, assistentes sociais etc.

5 – Cleide Nepomuceno, defensora pública da DPE/MG, defendeu que todos os/as promotores/ras e defensores/ras devem praticar a defesa dos direitos humanos dos injustiçados.

6 - Dona Maria Tereza dos Santos, presidenta da Associação dos parentes e amigos/as das pessoas em privação de liberdade, com intrepidez, fez denúncias dramáticas sobre violações dos direitos dos presos em MG e teceu críticas contundentes aos promotores da área criminal. Os 204 milhões de brasileiros devem assistir ao depoimento da dona Tereza no link, abaixo.

7 – Fernanda Vieira, do Coletivo Margarida Alves e das Brigadas Populares, reafirmou as denúncias feitas pela dona Maria Tereza dos Santos e teceu contundentes críticas aos promotores da área criminal do Ministério Público. “Não há como homens ricos brancos julgarem com justiça homens e mulheres pobres negras de periferia.”

8 - Frei Gilvander Luís Moreira, da Comissão Pastoral da Terra, agradeceu e parabenizou as promotoras de justiça da área dos Direitos Humanos – Cláudia Spranger, Cláudia Amaral, Nívia Mônica, José Silvério, Renato e o procurador Afonso Henrique, esses dois últimos da área de conflitos agrários. E teceu duas críticas ao Ministério Público: altos salários (luxo) e promotores da área criminal enchendo as prisões de pobres, negros e jovens. “Não é justo os prédios luxuosos do MP e nem os altos salários e auxílio moradia (60 mil reais por ano) dos promotores, procuradores, juízes, desembargadores e ministros do poder judiciário. Não condiz com a situação da classe trabalhadora brasileira. Temos que primar por um estilo simples e austero de vida com instituições simples e austeras. É contraditório no MP promotores de (in)justiça terem acusado com mão de ferro 600 mil presos que já estão nas prisões, verdadeiras masmorras. Os promotores da área criminal precisam aprender com Eugenio Raul Zaffaroni, de Buenos Aires, que defende o princípio da co-culpabilidade, que diz: Se o criminoso não teve direito a terra, a moradia, a educação, a saúde, a emprego e a salário justo, se não teve oportunidade de se humanizar, logo a maior parte da pena deve ser creditada ao Estado, que é o maior violentador dos direitos humanos, pois empurra aos pessoas para o crime. Não é justo o MP ter o braço dos direitos humanos pequenininho e um braço forte da área criminal. Coloquem nas grades o Estado e não os pobres!”

9 - Tarcísio Moraes, morador de rua e participante da Pastoral de rua, fez várias denúncias de violações dos direitos humanos do povo em situação de rua. “Várias autoridades, quem mais deveria nos ouvir, foram embora e não ficaram aqui para nos ouvir. Nas ruas sofremos muito com arbitrariedades da política e da guarda municipal. Terminando aqui, vocês irão para as casas de vocês e eu voltarei para dormir em uma calçada. Alguém quer trocar comigo?”

10 - Maria Teresa Corujo (Teca), ambientalista intrépida na defesa do meio ambiente e dos povos, defendeu o Direito a água. Acusou o atual governador de Minas, Fernando Pimentel, de ter aprovado em regime de urgência um Projeto de Lei na ALMG que escancara o estado de MG para as mineradoras ao restringir o controle social nos licenciamentos ambientais. “Querem fazer autolicenciamento. É um absurdo mineração ser considerado algo de interesse público. E bradou: "Basta de mineradoras devastadoras!"
11 - Makota, candomblecista, denunciou as violações que as pessoas de religiões afrodescendentes estão submetidas. “É muito difícil ser candomblecista em um estado hegemonicamente cristão como Minas Gerais. Um promotor do MP de Santa Luzia exigiu que um pai de santo assinasse um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) se comprometendo a fazer acústica no seu terreiro, mas próximo há uma igreja pentecostal que faz um tremendo barulho e não se exigiu acústica. É justo haver só os símbolos católicos nos edifícios públicos?”

12 - Fábio, pesquisador da UFMG, alertou que os/as promotores/ras do Ministério público precisam aprender sobre diversidade cultural e religiosa em Minas Gerais para cometer menos injustiças.

13 - Rafael Roberto Fonseca da Silva, ex-integrante da classe média alta que foi parar na rua, onde sobreviveu por 15 anos. Ele narrou sua história pessoal comovente. Entre outros, disse: "Uma noite, enquanto dormia na rua, acordei com a enxurrada me levando e quase me jogando em um bueiro. Mas um irmão de rua me estendeu a mão e me apresentou o pessoal da pastoral de rua. Pelo Minha Casa Minha Vida, conquistei minha casa. Hoje, minha maior alegria é no final do mês receber uma conta de água e outra de energia e ver escrito lá ‘Rafael Roberto Fonseca da Silva’, isso porque tenho moradia e não preciso mais sobreviver nas ruas. Assim, voltei a ser gente. Não há sonhos perdidos. Há sonhos interrompidos."

14 – Elvis, também ex-morador de rua, hoje integrante do Movimento Nacional do povo de rua, denunciou uma série de violações de direitos das pessoas em situação de rua e dos catadores. E reivindicou políticas públicas, especialmente moradia.

15 – Uma mãe, da ONG Associação das Mães Informantes, em lágrimas, narrou sua luta para cuidar de seu filho João, de 7 anos, que tem paralisia cerebral. Denunciou com intrepidez a violação dos direitos humanos de 3 milhões de pessoas com alguma deficiência no Brasil. Clamou por Direitos Humanos, por respeito, para as pessoas com deficiência. Disse, por exemplo: “Os teatros de Belo Horizonte excluem as pessoas com alguma deficiência, pois não têm acessibilidade. Apenas um salário-mínimo da LOAS para eu e meu filho com deficiência sobreviver é uma migalha. Se vocês não fizerem algo para atender aos direitos nossos, nós vamos fazer uma revolução.” “Meu filho se tornou deficiente por erro médico. Se eu tivesse abortado, não estaria vendo e experimentando o que passa 3 milhões de pessoas no nosso país”, disse. Esse depoimento foi um dos mais comoventes que já ouvi e vi na minha vida. Só não se comove e não se compromete com a causa das pessoas com deficiência quem tem coração de pedra. Quem não assistir ao depoimento da mãe, em lágrimas, no link, abaixo, não entrará no céu.

16 – Uma militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) denunciou uma série de violações de Direitos Humanos dos Atingidos por Barragens e Hidrelétricas, e especialmente, os massacrados pelo desastre e crime hediondo da Samarco/Vale/BHP. “O MAB não concorda com o Acordo que o Governo Federal e o poder público em MG firmou com a Samarco, porque não ouviram as famílias atingidas pela Samarco, dentre muitos outras injustiças.”

17 – Um professor da UFMG defendeu com intrepidez os direitos das pessoas LGBTT. Além de dar uma aula sobre respeito à diversidade de orientação sexual, fez várias denúncias e disparou: "Minas Gerais é o estado que mais mata homossexuais."

18 - Maria do Rosário de Oliveira Carneiro, advogada popular, assessor jurídica do INSEA (Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável), denunciou as violações de Direitos Humanos dos catadores de material reciclável e defendeu a extinção do TAC que o MP/MG firmou com a COPASA, CEMIG e prefeitura de BH proibindo a instalação de rede de energia, água e saneamento nas ocupações urbanas. “Isso não existe em nenhum outro estado. Água e energia é bem comum. Não pode continuar sendo tratado como mercadoria. É inconstitucional e imoral negar água e energia ao povo das ocupações. Somente na Ocupação Dandara três pessoas morreram eletrocutadas tentando fazer gato de energia. Tem que extinguir esse TAC abominável.”

19 – Gladston, da Pastoral Nacional do Povo da rua, denunciou várias violações de Direitos Humanos das pessoas em situação de rua e dos catadores.

20 – Uma jovem negra denunciou que a violência contra as mulheres está crescendo no estado de MG, o que é inadmissível.

21 – Charlene Cristiane Egídio, da coordenação das Ocupações da Izidora (Rosa Leão, Esperança e Vitória), denunciou a violência perpetrada pela polícia militar de MG contra o povo das ocupações da Izidora dia 19 de junho de 2015 na Linha Verde, próximo à Cidade Administrativa, e denunciou as prefeituras de Belo Horizonte e de Santa Luzia por estarem negando acesso a saúde e a educação pública de qualidade para o povo das ocupações da Izidora.

22 – Um senhor vítima do desastre socioambiental da mineradora Samarco/Vale/BHP denunciou o descaso com que a Samarco vem tratando as vítimas do crime de Mariana. “O pouco que recebemos de direito tem sido através do promotor do Ministério Público,” disse.

Obs.: Dezenas de pessoas tiveram que ir embora antes de serem ouvidas, pois não deu tempo para ouvir todas/os. Além das denúncias, muitas sugestões foram colocadas.
Esperamos que as denúncias feitas, registradas e divulgadas por nós não fiquem sem resposta aguerrida do Ministério Público.
Belo Horizonte, MG, Brasil, 16 de março de 2016.









[1] Assessor da CPT, de CEBS, do SAB e do CEBI; doutorando em Educação pela FAE/UFMG. Email: gilvanderufmg@gmail.com -  www.freigilvander.blogspot.com.br face: Gilvander Moreira